Em 2020, a marca de sandálias Havaianas, em parceria firmada com a startup de gestão de resíduos TrashIn, começou um projeto piloto em 26 lojas com o objetivo de conscientizar os consumidores sobre o descarte responsável de sandálias e, consequentemente, promover a reciclagem.
A iniciativa chega agora a 84 lojas em 24 cidades no Brasil. Zezé De Martini, Diretora de Sustentabilidade e Reputação da Alpargatas, dona da Havaianas, compartilha os aprendizados em entrevistas à EXAME.
De acordo com a executiva, os chinelos, que antes eram descartados em aterros sanitários, hoje são separados e vendidos pelas cooperativas de reciclagem parceiras, da mesma maneira que acontece com o alumínio e vidro, por exemplo.
O programa Havaianas reCiclo já beneficiou aproximadamente 513 famílias por meio das cooperativas de reciclagem, com cerca de 18 toneladas de sandálias recicladas até junho deste ano.
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Zezé diz que “Esta mudança contribui para o aumento da renda dos cooperados e, consequentemente, de suas famílias. As cooperativas que estão participando do projeto recebem orientações técnicas e, em alguns casos, auxílio financeiro para fins de estruturação administrativa e física”.
As sandálias são transformadas em outros produtos, como tapetes, pneus maciços usados em carrinhos de mão e mobiliários revestidos de manta de borracha como os bancos e prateleiras presentes em lojas da marca.
“Desde o início, com reuniões semanais entre as equipes, traçamos os objetivos do mês e acompanhamos de perto a evolução das frentes de trabalho. E recebemos mensalmente os relatórios da Trashin com os resultados de volume de sandálias coletadas e outras informações detalhadas dos impactos do Havaianas reCICLO, como dados referentes à neutralização do carbono e a quantidade de famílias impactadas“, diz Zezé.
Outro aspecto importante é que a rota logística do programa foi desenvolvida para ser carbono zero, com a utilização de bicicletas na coleta em algumas lojas e a compensação do carbono emitido pelos outros modais – como carro e caminhão – por meio do plantio e da preservação de árvores na Amazônia.
Ela completa: “Quando falamos de investimento financeiro, a Alpargatas vem investindo para garantir que o ecossistema de reciclagem das sandálias se estruture, prospectando novos parceiros no mercado, investindo em pesquisa e contribuindo para que a borracha tenha mais valor agregado, como ocorre com o alumínio hoje. Sabemos que temos uma longa jornada pela frente, mas focamos em um crescimento atrelado a parcerias com empresas, cooperativas, transformadores e recicladores“.
Havaianas reCiclo: entendendo o projeto
No início do projeto, o objetivo era testar o modelo nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Poucos meses depois, o programa foi inserido em novos pontos de coleta, chegando às cidades de Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Aracaju (SE), Porto Alegre (RS), Campinas e região metropolitana de São Paulo (SP) e Ilha Grande (RJ).
Em 2021, houve expansão a nível global, chegando à Europa, América do Norte, África e Ásia. Hoje, já são 122 pontos de coleta em 12 países.
O CEO da Trashin, Sérgio Finger, diz que o projeto já dava sinais de que daria certo, isso porque o engajamento era grande. Ele afirma que “Todos sabiam que estavam colaborando para resolver um grande problema de forma criativa, viável, prática e sustentável. Os números mostram que o projeto está no caminho certo e nosso objetivo é chegar em ainda mais locais para conscientizar mais pessoas sobre a importância do descarte adequado das sandálias”.
O descarte das sandálias pelos consumidores pode ser feito em um dos coletores Havaianas reCiclo, disponíveis nas lojas. Para conferir todas as unidades participantes, clique aqui
Fonte: Exame