Analisando o cenário atual brasileiro e baseando-se na história construtiva é possível concluir que muitos setores da sociedade foram construídos através de uma base racista, impactados pelo período de escravidão. Os vestígios deste período colonial são vistos até hoje com a proliferação de termos racistas, a desigualdade social e o cenário empregatício atual comandado por pessoas brancas, em sua maioria homens. Pensando nesses apontamentos e nas práticas ESG (atividades ambientais, sociais e de governança) que ganhou notoriedade nos últimos anos, principalmente devido a pandemia, algumas empresas estão promovendo ações efetivas para mudar essa situação e trazer a população negra para mais postos de liderança e coordenação.
Lançado em julho de 2021, o Pacto de Promoção da Equidade Racial foi construído para levar esse tópico para mais lugares e para que haja a implementação de um Protocolo ESG Racial, que irá evidenciar as questões raciais e levá-la para o centro do debate econômico. Ele foi desenvolvido com a ajuda de diversos apoiadores, sendo eles investidores, empresários, ONGs e advogados. Além de debater sobre os postos de trabalho, o Pacto quer incentivar outras empresas a adotar iniciativas que sejam direcionadas para a educação pública e o aprimoramento de profissionais negros.
Leia também: Inteligência Artificial pode ser usada para identificar ESG fake
Protocolo ESG Racial
A criação deste protocolo servirá como um guia para outras instituições. Sendo algo completamente novo no mercado, a iniciativa obteve a aprovação do Pacto Global da ONU. Na visão do diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, Carlo Pereira, “entendemos que estamos diante de uma excelente oportunidade para o Brasil definitivamente adotar novos caminhos e estabelecer o equilíbrio racial como uma premissa básica”.
A inclusão do tópico racial nos parâmetros do ESG é o grande diferencial aqui, fazendo com que as iniciativas ESG também mudem a realidade das consequências do racismo no país. Apesar de não ser um assunto recente, o protocolo evidencia uma falha gritante na sociedade que já não pode mais ser ignorada pelas grandes corporações e instituições.
Dessa forma, com o protocolo as instituições vão passar a usar o IEER (Índice ESG de Equidade Racial) como parâmetro para combate contra o racismo, sendo que o índice se utiliza de uma metodologia específica para entender a desigualdade dentro da empresa. É feita uma avaliação geral sobre os funcionários presentes com detalhes sobre as remunerações, os postos de trabalho com base na localização onde se encontra e na distribuição racial do local. A partir do resultado poderão tomar as ações afirmativas necessárias para a mudança interna.
O Práticas ESG, uma matriz recente no mercado, está atento a todos os novos protocolos e iniciativas recentes, e com a especialização que possui consegue auxiliar por meio de consultoria e planejamento estratégicos, as empresas que pensam em adequar os negócios para a agenda ESG através da inserção de iniciativas realistas e efetivas que vão garantir o bem-estar ambiental e da população em geral.