A alteração realizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na instrução 480/09, em dezembro de 2021, exige que as companhias brasileiras apresentem indicadores relacionados aos riscos ambientais, sociais e de governança, também conhecido como ESG, até 2023.
Com isso, já percebe-se um movimento de adaptação por parte das empresas de capital aberto. A primeira temporada de balanços financeiros de 2022 já apresenta, nos dados operacionais, essas informações.
Para Carlos Miranda, sócio-fundador da X8 Investimentos, esse movimento está acontecendo porque os investidores estão cada vez mais dispostos a optar por empresas que adotam as práticas ESG, “penalizando as não sustentáveis”.
O CFA e fundador da Quantzed, Marcelo Oliveira, afirma também que “aquelas [companhias] que não cumprirem com as regras vão ter que ser mais eficientes em termos ecológicos porque cada vez mais as pessoas vão buscar esse tipo de empresa”.
Segundo os especialistas, as companhias não terão grandes dificuldades de adaptação para informar esses dados, visto que o tema ESG já está em pauta. Eles apontam que é questão de organização de informações já disponíveis por conta dos investidores e dos consumidores.
Se a obrigatoriedade não fosse imposta pelos órgãos reguladores, os investidores e a sociedade provocariam essa mudança, acredita Oliveira.
A resolução da CVM passa a vigorar a partir de 2 de janeiro de 2023. Dessa forma, as informações a serem divulgadas após a data ainda terão como base o exercício social encerrado em 2022, ou seja, o balanço financeiro anual e do quarto trimestre já contará com dados ESG.
Fonte: Contábeis