Nos próximos meses, o Brasil lançará seus pioneiros títulos relacionados a projetos sociais e ambientais. Essa entrada muito aguardada nos mercados de dívida sustentável reforçará o compromisso do país com metas climáticas ousadas, conforme indicado por Rogério Ceron, Secretário do Tesouro.
Pela primeira vez, o país se prepara para lançar títulos sustentáveis, planejando fazê-lo na próxima captação de recursos nos mercados globais. Uma operação inédita deverá ser concluída até o final de agosto, com a emissão planejada entre setembro e novembro, conforme informou Ceron à Bloomberg News, diretamente de seu escritório em Brasília.
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O aguardado lançamento da maior economia da América Latina representa um avanço significativo nos compromissos ambientais e sociais propostos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme destacado pelo secretário.
“É um sinal geopolítico da concretude com que o Brasil está se comprometendo com a agenda ambiental e social”, disse Ceron.
O interesse crescente de investidores estrangeiros por títulos do governo brasileiro já foi notado pelo Tesouro, de acordo com Ceron. Isso tem levado a um aumento na oferta de títulos de longo prazo com taxas fixas, como as NTN-Fs. Se essa tendência continuar, o Tesouro continuará a emitir volumes maiores.
“Esperamos que o interesse estrangeiro aumente no segundo semestre”, afirmou.
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O Ministério da Fazenda está preparando uma série de medidas para impulsionar a receita e lidar com o déficit. Alguns desses planos requerem aprovação do Congresso e outros enfrentam resistência do setor financeiro. Isso inclui a proposta de tributar fundos exclusivos.
Se o Congresso não aprovar algumas propostas de Haddad, o governo poderá explorar alternativas para aumentar a receita, conforme mencionado por Ceron.
Além disso, a equipe econômica de Lula poderá adotar medidas de contingenciamento de até R$ 50 bilhões para garantir o cumprimento das regras de gastos públicos, se for necessário.
O próximo ano, apesar dos desafios, será um momento crucial para o governo, conforme destacado pelo secretário. Ele expressa confiança de que a equipe econômica conseguirá apresentar um orçamento equilibrado, contribuindo para tranquilizar os investidores em relação às perspectivas fiscais do Brasil.
“Se o ano correr bem, como esperado, a agenda fiscal perde importância”, finaliza.
Fonte: W3