O EU Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD) entrou em vigor no último dia 5 de janeiro visando aumentar os requisitos dos relatórios de sustentabilidade para um campo maior de companhias, a partir do ano de 2024.
No entanto, um estudo recente demonstra uma falta de preparo relacionado ao ESG, as ações ambientais, sociais e de governança.
Um levantamento feito pela empresa Lefebvre Sarrut, fornecedor que possui conhecimento legal e tributário na Europa, levou em consideração 744 empresas de diferentes tamanhos e setores no continente para oferecer dados sobre o nível de maturidade.
Ainda que não existam mudanças grandes em relação a um país ou outro, quase a metade das empresas do local não possuem políticas ESG ou CSR. O estudo destacou ainda que a indústria manufatureira foi a que apresentou uma maturidade maior sobre o tema. Já o setor de serviços apresentou uma falha neste aspecto, ficando para trás.
Recentemente o nível de maturidade das companhias da Europa estão atrás do que o continente esperava. Entre os pontos destacados na pesquisa é válido ressaltar:
- 40% das companhias da Europa não tem familiaridade com os critérios ESG;
- 43% das companhias europeias possuem de uma referência voltada para os critérios
- 45% das empresas europeias não tomou nenhuma ação em relação a próxima inclusão da diretiva europeia CSRD
A falta de maturidade oferece uma preocupação, visto que as expectativas da União Europeia são mais assertivas. Começando por 2024, as empresas que tiverem mais de 500 funcionários ou um faturamento maior que €40 milhões deverão informar seus impactos sociais, sustentáveis e de governança, alinhadas com o CSRD europeu.
Esse escopo aumentará ainda mais com o passar dos anos, incluindo outras empresas com aproximadamente 250 colaboradores em 2025, as empresas de pequeno porte em 2026 e subsidiárias de grupos não pertencentes da Europa em 2028.
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No caso do setor de indústrias, que abrange a manufatura, automotivo e químico, por exemplo, eles estão entre os mais maduros em ESG, incluindo diariamente ações que buscam reduzir os impactos sociais e ambientais que realizam.
Já o setor de consultoria e serviços demonstraram imaturidade e falta de preocupação em relação às expectativas esperadas e possível aplicação da diretiva europeia CSRD.
A diferença da maturidade pode ser justificada pela exposição precoce das indústrias a medidas ambientais, que possibilitou a terem uma experiência satisfatória em relação ao entendimento e adesão das políticas ESG ou CSR. Já as empresas de serviço e consultiva deverão tomar atitudes e reavaliar seus impactos ESG.
De acordo com a diretora do ESG Impact at Lefebvre Sarrut, Camille Sztejnhorn: ”Muitas empresas subestimam as implicações futuras da diretiva CSRD e as questões ambientais, sociais e econômicas mais amplas que detaca. Compreender e melhorar os critérios ESG pode criar valor, enquanto ignorá-los pode comprometer a viabilidade de longo prazo de uma empresa.”
Ela finaliza destacando que “agora é essencial para as 50.000 empresas que em breve serão diretamente afetadas pelo CSRD que compreendam essas questões, se equipem com ferramentas específicas ou busquem suporte adequado, se alavancado para o desenvolvimento.”
Fonte: Know ESG