ESG será foco do novo líder do Banco Mundial

ESG será foco do novo líder do Banco Mundial
Ajay Banga será o novo líder do Banco Mundial e promete instituir ações que vão de encontro com a agenda ESG.

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Após aprovação, o novo chefe do Banco Mundial foi determinado. A instituição será chefiada por Ajay Banga que oferece ao governo de Joe Biden a oportunidade de trabalhar na instituição financeira para seguir o caminho da redução das alterações climáticas.

A escolha do novo líder foi feita pelo presidente dos EUA, ainda em fevereiro. Atuando anteriormente como CEO da Mastercard, Banga chega após o antigo presidente da empresa, David Malpass, renunciar ao cargo. 

Apesar da falta de oposição, Banga foi eleito pela maioria. Portanto, a partir de 2 junho inicia na posição para cumprir seu mandato de cinco anos, como revelou o Banco em comunicado oficial divulgado no último dia 3 de maio. 

A carreira de Banga é marcada por um longo período no setor privado, especialmente em bancos. No entanto, também é reconhecido pela perspectiva que ofereceu em prol da educação na Índia, seu entendimento que questões ambientais e pobreza tem uma relação e seus interesse em ciência do clima.

O início da nomeação foi feito em fevereiro, tendo sido finalizado apenas em maio. Ajay possui 63 anos e realizou durante este período uma turnê nos países devedores e credores a fim de obter suporte para ser indicado. Ao todo passou em países como: Quênia, China, Bélgica, Panamá, Reino Unido, Costa do Marfim, Panamá e, claro, Índia. 

Sua nomeação vem em um momento importante para a instituição que costuma divulgar aproximadamente US$ 100 bilhões todos os anos. Os Estados Unidos são hoje um dos países que mais realizam mudanças nos bancos multilaterais de desenvolvimento, oferecendo mais financiamento climático para os países em desenvolvimento.

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De acordo com a secretária do Tesouro, Janet Yellen, o Banco Mundial deve ampliar seu caminho em relação aos empréstimos atingindo desta vez os países que enfrentam desafios globais como o combate às alterações climáticas e que buscam aumentar o balanço patrimonial de forma significativa.

Classificação de risco

Ainda que a intenção dos financiamentos seja de trazer bilhões de dólares em fundos adicionais, é preciso que haja cautela e proteção em relação à classificação de crédito AAA do credor que possibilita pegar empréstimos e emprestar a valores mais baixos aos países mais pobres. 

Para Banga essa proteção da classificação de risco deve existir e é importante que haja capital privado para auxiliar no aumento da eficácia do Banco Mundial. Ainda é válido destacar que o conselho do credor busca trabalhar com o novo líder em seu processo de desenvolvimento. 

Janet Yellen destacou que Banga “entende que os desafios que enfrentamos – desde o combate às mudanças climáticas, pandemias e fragilidade até a eliminação da pobreza extrema e promoção da prosperidade compartilhada – estão profundamente interligados.”

O atual presidente dos Estados Unidos entende que as alterações na maneira como o banco atua ampliaria os empréstimos em US$ 50 bilhões na próxima década. As ações também ficariam mais alinhadas com os objetivos dos EUA.

Em comunicado oficial ele reforçou que: “nossas metas ambiciosas não serão alcançadas da noite para o dia e continuamos comprometidos com a adoção gradual de reformas ao longo do ano para construir a visão que estabelecemos.” 

Por outro lado, Banga entende que “desempenha um papel crítico nesse trabalho, incluindo seu desenvolvimento e implementação nos próximos anos.”

Kristalina Georgieva, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Malpass, tem atuado para conseguir que a China, considerado o maior credor das economias emergentes, esteja presente na reestruturação da dívida de nações mais precárias juntamente dos outros países, como os Estados Unidos.

Em encontro anteriormente realizado envolvendo as instituições de Bretton Woods, a China esteve presente e suavizou sua insistência de que os credores multilaterais diminuíssem suas dívidas em relação aos outros credores. Esta situação aconteceu durante uma provável concessão do banco para ampliar os empréstimos com juros baixos e doações a nações com dívidas difíceis. 

A decisão do Bidem tem provocado críticas por estar amplamente relacionada a interesses monetários. 

Problemas climáticos e ações do novo líder

Com o anúncio, Banga se vê como um “grande crente” de que os combustíveis fósseis, mais especificamente a queima deles, ajudam para a situação climática atual, o que responde os questionamentos sobre o compromisso da instituição financeira.

Seus relatos vão na contramão dos erros de relações públicas de Malpass no ano anterior, quando foi criticado por driblar perguntas relacionadas a mudanças climáticas e sua relação com a emissão de gases de efeito estufa geradas pelo ser humano.

Fonte: Bloomberg Línea

Autor (a): Eric Martin