Levantamento de R$ 2 bilhões para empreendedorismo feminino é feito pelo Itaú

Levantamento de R$ 2 bilhões para empreendedorismo feminino é feito pelo Itaú
Uma ação de categoria “social” foi criada pelo Itaú Unibanco para levantamento de recursos para o empreendedorismo feminino.

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O Itaú Unibanco realizou a maior emissão voltada para gênero do país ao emitir R$ 2 bilhões em letras financeiras no mercado. O valor dos recursos serão destinados ao empreendedorismo feminino. 

Essa ação de categoria “social” foi criada em duas fases, sendo que cerca de R$ 1 bi foi trazido da International Finance Corporation (IFC) e outro R$ 1 bi veio no mercado. Segundo Daniel Goretti, diretor de tesouraria do Itaú Unibanco, “há um interesse crescente do investidor por esse tipo de dívida”.

A instituição não revela as taxas de operação, mas destaca que elas permanecerão em linha com as operações tradicionais, tendo ainda o prazo de vencimento de três anos. Goretti revela ainda que “na prática, a diferenciação de taxas ainda depende de um amadurecimento do mercado de capitais mais profundo.”

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O valor será destinado a empresas de pequeno e médio porte chefiadas por mulheres. Com isso, cerca de 10% do total será para o Nordeste e Norte. É importante ressaltar que a ideia é que a iniciativa atue como um “efeito de demonstração” para o mercado brasileiro e que incentive o uso de produtos do assunto no país que ainda precisa melhorar  na questão social, conforme revela Daniel. 

Essa captação entra no framework de finanças sustentáveis do banco e possui a segunda opinião da Sustainalytics. Foi necessário investigar o relatório ESG que possuem para entender que o portfólio de crédito voltado para PMEs geridos por mulheres chegou a R$ 11,4 bilhões no ano de 2021, cerca de 30% a mais que em 2020. Desse valor, cerca de 25% das instituições tinham faturamento anual de R$ 1,2 milhão, 45%  de até R$ 8 milhões e 30%  até R$ 30 milhões. 

Capacitação

Com a coleta ancorada pela IFC poderá existir uma concessão de crédito maior para mulheres empreendedoras pelo Itaú, sendo que a colaboração entre as duas, no que tange o gênero, não é recente. 

O braço do Banco Mundial age em parceria com o Itaú desde 2014 com o programa Itaú Mulher Empreendedora que dá treinamentos, aulas e crédito para a melhoria das instituições chefiadas por mulheres. Cerca de 28 mil pessoas fazem parte dessa plataforma.

Segundo Luciana Nicola, diretora de relações institucionais e sustentabilidade do Itaú, “muitas vezes até mais que o crédito direcionado, o empreendedor precisa de capacitação para entender de planejamento financeiro, estruturação de negócio, quais as linhas de crédito disponíveis e como elas podem apoiar seu crescimento”.

Ela reforça que esse ponto é importante para o ambiente feminino. Por juntarem diversas funções, a organização financeira costuma ficar em segundo lugar. “Estamos falando aqui de um universo amplo de empreendedoras, que vão até aquelas que chamamos de ‘CNPF’ [uma mistura de CNPJ com CPF]”, diz. “No pós-pandemia essas mulheres foram muito mais impactadas”, destaca. 

A instituição ainda terá o apoio de players locais, principalmente nas regiões Nordeste e Norte, com o apoio de empresas como Rede Mulher Empreendedora, de Ana Fontes, e o Sebrae. 

Além disso, o banco está investindo em programas presenciais e que possuem carga mais alta no ambiente digital, e que não possuem tanto disponibilidade para realização de capacitação. “Estamos com programas inclusive via Whatsapp, em que as mulheres podem fazer no horário que for mais conveniente”, finaliza Luciana.

Fonte: Capital Reset

Autor(a): Natalia Viri