Atualmente o lucro não é a única preocupação de um empresário. Com o tempo um comprometimento mais inclusivo foi demandado, e logo em seguida, foi criado o entendimento de “ responsabilidade social da empresa”.
Não demorou muito para que a agenda ESG crescesse e tivesse mais força no mercado. Pensar nos tópicos ambientais, sociais e de governança, juntamente com os lucros da empresa, passou a ser a forma correta. E não apenas para modismo.
O “greenwashing”, conhecido como a lavagem verde, demonstrou a ilusão da preocupação ecológica das instituições que só atuavam com base em rótulos para continuar agindo de forma irresponsável com o meio ambiente.
A instituição Harvard é popular em todo o mundo com a sua Escola de Administração de Empresas chamando a atenção de diversos jovens. Alguns deles ainda obtém patrocínio pelas instituições que servem. Estas empresas costumam ser de investimento e consultoria e os estudantes possuem interesse em entender mais sobre o Fluxo de Caixa Descontados e em relação aos três “Cs”, são eles: clientes, companhias e concorrentes.
Entender melhor sobre a forma de pensar do patrono dos acionistas e defensor de dividendos, Milton Friedman, ainda é algo importante. No entanto, apareceu um desafio novo.
A instituição precisa atender à demanda do seu estudante através da agenda ESG. Há quem destaque que as empresas também possuem responsabilidade sobre o aquecimento global e do aumento das ameaças concretas à democracia. Já outros acham um exagero dispensável o pensamento para algo que fuja do lucro, o que faz a instituição continuar funcionando.
No entanto, esse pensamento não está alinhado com o conhecido poder que a agenda possui, uma vez que já movimenta quarenta trilhões de dólares anualmente, o que corresponde a duzentos e sete trilhões e oito bilhões de reais.
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Os que são contra a tríade ESG costumam dever algo. Um exemplo recente é o caso do Elon Musk que chamou a agenda de farsa logo após que sua empresa, Tesla, foi desconsiderada do Índice ESG pela Standard & Poors. Além dele, o trumpista Mike Pence não tem obtido sucesso ao encorajar os governadores a brecar o ESG, ou seja, a não considerar essa ferramenta.
Esse movimento que busca aumentar as responsabilidades de uma instituição aparece também na Universidade, mídia e no local dos trabalhadores. Há um incentivo para que os empregadores se preocupem com o aquecimento global e com a injustiça social e racial.
Foi com isso em mente que a Harvard instaurou o Instituto para o Estudo dos Negócios na Sociedade Global. Outra faculdade é a Yale que separa mais da metade do currículo do curso Escola de Administração para o tema. A Wharton School passará a dar MBAs sobre equidade, inclusão, diversidade e ESG.
Toda essa mobilização demonstra que a sociedade está se ampliando e o próprio conhecimento sobre o capitalismo deve ser revisado. Seria relevante que os que anseiam por uma socialização analisassem as alterações no qual a sociedade tem atravessado.
Os EUA é considerado hoje o centro do capitalismo e isso reflete também em relação aos estudantes universitários. Os alunos acabam voltando a estudar esse contrato social entendendo que uma economia muito capitalista leva a desigualdade.
O conceito de democracia é difícil de ser entendido em locais onde existe uma massa de miséria e pobreza elevada e que tenha isso excluído dos benefícios provocados pela economia selvagem.
Fonte: estadão
Autor(a): José Renato Nalini